Resposta dos professores da Universidade Federal de Uberlândia ao artigo "Mediocridade Paga" escrito pelo professor SUBSTITUTO Álvaro Henrique na coluna Ponto de Vista do Jornal Correio de Uberlândia
Abaixo, a resposta dos professores da Faculdade de Música da UFU
Nós, professores do curso de Música da Universidade Federal de Uberlândia, vimos com pesar e indignação fazer uso deste espaço para esclarecer ao prezado leitor que não concordamos com as declarações do professor Álvaro Henrique em artigo intitulado “Mediocridade paga”, publicado no último dia 4 de abril no CORREIO de Uberlândia, no qual são feitas considerações em tom difamatório sobre a situação do ensino de Música nos conservatórios estaduais de Minas Gerais. É infeliz e leviana a projeção fictícia que o referido professor faz do que seria o conteúdo programático de uma escola regular em face do que, segundo ele, se pratica no ensino curricular dos conservatórios mineiros. Forjando itens como “Videogame” e “biografia dos Big Brothers”, o professor só reflete o deboche com que trata o ensino de música no Estado, baseando-se apenas em suas próprias convicções musicais e profissionais, diante das quais o que se estuda nos conservatórios mineiros seria de inferior qualidade. Ocorre, outrossim, que o artigo do professor Álvaro lança números imaginários para tecer o fio de sua incompreensão acerca do papel social e educacional da rede de conservatórios do Estado de Minas Gerais, pois tais números não são fruto de levantamento próprio, dados institucionais, e menos ainda dados científicos oriundos de qualquer pesquisa realizada. O professor fala do caráter profissionalizante do ensino de música nos conservatórios e o estende a todos os níveis desse ensino, quando o curso técnico – este sim, profissionalizante – é na verdade a etapa final de formação do aluno, equivalendo ao ensino médio em termos de alcance e grau. A importância do que se faz nos conservatórios vai muito além da formação de profissionais para atuação direta num mercado de trabalho musical, seja de caráter prático ou pedagógico. A música como bem cultural deve estar na vida dos cidadãos que queremos, capazes, sensíveis e mais tolerantes. As palavras do professor Álvaro Henrique ganharam as bancas e os lares da cidade e região tornando-se para nós motivo de enorme constrangimento e desconforto, como instituição de nível superior que compõe esse complexo de ensino que formamos juntos, universidades e conservatórios. E é justamente nesse ponto específico que centramos nossos esforços no texto que ora apresentamos para tentar minimizar o mal-entendido causado pelo professor Álvaro: o aspecto institucional. Queremos deixar bem claro que o professor Álvaro Henrique não é porta-voz do curso de Música da Universidade Federal de Uberlândia, não é representante dos seus professores, não faz sequer parte do seu quadro docente efetivo (o professor Álvaro Henrique é um professor de contrato temporário) e até por isso mesmo não deveria ter se pronunciado como professor da casa no tom em que o fez. Lamentável, porém, o fato serve pelo menos para que possamos aqui trazer esclarecimento ao leitor e renovar publicamente nossa estima para com os conservatórios mineiros em geral, da região e da cidade em particular, pois são parceiros efetivos em várias ações e projetos e mais que isso: parceiros no grande projeto comum de levar a música em toda a sua pluralidade ao maior número possível de pessoas das mais distintas realidades sociais, buscando assim transformar para melhor em alguma medida, mesmo modesta, suas perspectivas de vida e mundo.
Prof. Dr. Cesar Traldi
Coordenador do Curso de Música e Docentes do Curso de Música da UFU
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